A Dança Africana e seu caráter expansivo, dinâmico,
pulsional pode fazer signo da masculinidade. Há algo agressivo e extremamente
expressivo. É uma dança que equilibra o masculino e o feminino. Porém, o gozo
experimentado é algo inominável. Poderíamos tentar nomear: alegria, raiva,
angústia, êxtase, força...
Pulos, gritos, velocidades, relação com o outro,
musicalidade, preparação corporal são elementos que compõem essa dança energética.
E o gozo? Que gozo é esse que invade um sujeito que dança
esta dança?Eis um gozo que escapa ás palavras. Ou seja, é o gozo próprio do
feminino. Neste sentido por provocar um ultrapassamento da pessoa, é uma dança que
pode propiciar uma aproximação com o famoso sentimento oceânico do qual Freud
dizia em seu belíssimo texto sobre o mal estar na civilização.
Este ultrapassamento, poderíamos pensá-lo sobre vários
prismas, mas, de maneira geral, é o inconsciente que invade o corpo de um sujeito
que dança. Não há como traduzir tudo o que poderia ser dito. É algo da ordem do
indizível. Assim como o gozo feminino.
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