Hoje, a
Dança Mixx completa um ano de vida!
Após um ano
de existência, a Dança Mixx avança e cuida das suas questões. Tem um caráter
pesquisador e investigativo. Época de aniversário, tempo de auto-análise. Quais
perguntas foram mantidas, quais se modificaram? Alguma se extinguiu? Surgiram novas
questões?
Nos posts
anteriores, há textos sobre o gozo, o corpo, pulsão escópica, funções da dança,
especificidades das danças articuladas com a psicanálise. Há ainda, textos que
abordam a imagem inconsciente do corpo. Textos que pretendem articular o corpo
com a filosofia, com a morte e o luto...
Neste post, presenteio
a dança mixx com uma nova reflexão/pergunta. Partindo de uma das pesquisas
desta dança (acerca da organicidade do corpo), uma reflexão se faz presente, se
faz de presente. É sobre o voltar-se para o corpo.
A organicidade
envolve atender a demanda do corpo após determinado movimento. Porém, o que
encontrei no meio deste percurso uma novidade! O corpo demanda o que? Para além
do orgânico há pontos em nosso corpo que demandam algo. Se demandam há um
pedido e se há um pedido, há uma forma de comunicação. Não chamarei de
linguagem por enquanto, mas de comunicação.
O corpo avisa
que há um ponto específico no qual existe uma exigência de trabalho.
Pois bem, para
poder abordar o voltar-se para o corpo próprio, o ponto de partida inicial se torna:
de que trata essa volta ou revolta para o corpo próprio? Que significa
voltar-se ou envoltar-se?
Voltar-se
para o corpo é sentí-lo? Como tu andas, como respiras? Como sente suas
articulações, sua postura em relação á si próprio, em relação ao espaço e tempo,
a posição da bacia e do pescoço. Se trata deste sentir?
Caso afirmativo,
que partes do corpo estão adormecidas ou anestesiadas? Existe um dentro e um
fora do corpo? Qual é a força do seu abdômen? Sua capacidade de contração/
descontração?
Voltar-se
para o corpo próprio está relacionado com o nosso narcisismo e portanto com o
eu e a constituição psíquica, também com o corpos biológico, erógeno e o gozoso.
Voltar-se
para o corpo biológico, é voltar-se para os instintos e, portanto, exclui a
relação com o outro.
Envoltar-se
com o corpo erógeno, é pulsar. Este corpo, marcado pelos significantes, pela linguagem,
com seu caráter pulsional, libidinal se relaciona com nossas phantasias. Envolve
necessariamente a relação com o outro por sua estrutura fantasiosa.
Partindo
destes corpos, alguns alcançariam um corpo que poderíamos chamá-lo de
espiritual, inconsciente, místico ou até feminino. É um corpo que tem relação
com o outro mas envoca um Outro heterogêneo, um Outro que determina nossa
relação com a linguagem, nossa posição no mundo. Este Outro, tesouro dos nossos
significantes que foram marcados no nosso corpo, na nossa história, esse Outro
que regula nossa relação com o falo, nos permite gozar de outra forma. Uma
forma suplementar de gozo, uma forma que contorna nosso buraco e que nos
auxilia a suportar o fato de o objeto estar para sempre perdido.
PARABÉNS
DANÇA MIXX!!!!!!!!