Um dos objetos de pesquisa da DANÇA MIXX, é a relação de um
sujeito que dança com a música. Em algumas linguagens de dança contemporânea,
por exemplo, a música não se faz necessária. Existem os sons do corpo, as ondas
corporais, o próprio corpo pode ser o som de uma dança.
Porém, para alguns, o mover, o expressar, está intimamente
ligado á música. Qual música te toca? O que tem no som que te paralisa, te faz
andar ou te convoca a expressar algo? Ou seja, que efeitos a música tem sobre
nós?
Citarei um trecho de um ensaio escrito por uma psicanalista
que se chama: Silvia Regina Gomes Foscarini. Neste trecho, faço dela, minhas
palavras para delimitar a íntima relação da música com estados de ânimo do ser
humano.
A DANÇA MIXX privilegia a música, o gosto musical de quem
faz aula e a utiliza como forma de “provocar” o sujeito a movimentar-se de
dentro para fora. O movimento como resultado da relação com a música. O que a
música pode fazer por nós?
Eis o trecho:
“O próprio do efeito da música sobre nós é que ela tem este
poder de metamorfose, de transmutação (...) ela transmuta em nostalgia a
tristeza que há em nós. Quero dizer com isso que se estamos tristes ou
deprimidos, podemos designar o objeto que nos falta, cuja falta nos falta, nos
faz sofrer, e estar triste é triste, quero dizer, não é a fonte de nenhum gozo.
O paradoxo da nostalgia – como dizia Victor Hugo, a nostalgia é a felicidade de
estar triste – é que precisamente o que nos falta na nostalgia é de uma
natureza que não podemos designar, e que amamos essa falta. (...) E o que eu
lhes proponho é compreender efetivamente o gozo, uma das articulações do gozo
musical, como tendo o poder de evaporar o objeto. ” (12)
Nenhum comentário:
Postar um comentário