Brinque com palavras, com o corpo!

Este Blog expõe reflexões de uma dançarina e psicanalista sobre a dança.

No jogo das palavras, o corpo ora se esconde, ora aparece. O corpo, veícula da vida, nos dá sustentação. É o que vai nos propiciar gozar, usufruir o que é nosso por direito.

A DANÇA MIXX é uma dança livre e em parte subversiva. Livre pois transita entre vários estilos e modalidades de dança e cultura. Subverte a ordem do clássico, do oriental, do contemporâneo. Não se encaixa em classificações. Porém, seu ponto central é o trabalho intenso corporal visando a possibilidade de vivenciar outros gozos na dança e na vida.

Vamos brincar, capacidade que algumas crianças têem. Vamos criar, mexer, torcer, girar, pular, correr, tonificar, ouvir o som que nos toca. Vamos nos emocionar!

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domingo, 12 de agosto de 2012

Possíveis efeitos da música para quem dança


Um dos objetos de pesquisa da DANÇA MIXX, é a relação de um sujeito que dança com a música. Em algumas linguagens de dança contemporânea, por exemplo, a música não se faz necessária. Existem os sons do corpo, as ondas corporais, o próprio corpo pode ser o som de uma dança.

Porém, para alguns, o mover, o expressar, está intimamente ligado á música. Qual música te toca? O que tem no som que te paralisa, te faz andar ou te convoca a expressar algo? Ou seja, que efeitos a música tem sobre nós?

Citarei um trecho de um ensaio escrito por uma psicanalista que se chama: Silvia Regina Gomes Foscarini. Neste trecho, faço dela, minhas palavras para delimitar a íntima relação da música com estados de ânimo do ser humano.

A DANÇA MIXX privilegia a música, o gosto musical de quem faz aula e a utiliza como forma de “provocar” o sujeito a movimentar-se de dentro para fora. O movimento como resultado da relação com a música. O que a música pode fazer por nós?

Eis o trecho:

“O próprio do efeito da música sobre nós é que ela tem este poder de metamorfose, de transmutação (...) ela transmuta em nostalgia a tristeza que há em nós. Quero dizer com isso que se estamos tristes ou deprimidos, podemos designar o objeto que nos falta, cuja falta nos falta, nos faz sofrer, e estar triste é triste, quero dizer, não é a fonte de nenhum gozo. O paradoxo da nostalgia – como dizia Victor Hugo, a nostalgia é a felicidade de estar triste – é que precisamente o que nos falta na nostalgia é de uma natureza que não podemos designar, e que amamos essa falta. (...) E o que eu lhes proponho é compreender efetivamente o gozo, uma das articulações do gozo musical, como tendo o poder de evaporar o objeto. ” (12)


 

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