“Em se tratando do meu próprio corpo ou de algum outro, não
tenho nenhum outro modo de conhecer o corpo humano senão vivendo-o. Isso significa
assumir total responsabilidade do drama que flui através de mim, e fundir-me com
ele”. (MAURICE MERLEAU-PONTY).
Conhecer o corpo? Qual a relevância?
Merleau-Ponty nos responde certeiramente acerca do como
conhecer o corpo: vivendo-o. A dança nos dá vida, vivência.
Porém, para a questão da relevância de conhecê-lo, deixo-a
em aberto. Não há uma verdade absoluta. O que há é simples. Cada um é um,
único. O que importa a um pode não ter destaque para outro.
Mas se partirmos do ponto de vista da constituição do
psiquismo, conhecer o corpo próprio envolve a fala e o olhar do outro dirigidos
a nós. Conhecer o corpo é ter um corpo simbólico. É ter tido um conhecimento paranoico
no sentido de que veio do outro.
Primeiro a mãe, o pai nos dão um certo saber sobre nós. “Esta
chorando porque sente frio, fome, está com dor, está triste...”. Eis um saber
sobre o próprio corpo que vem do outro.
O médico diagnostica. Outro saber que vem do outro. Vale
ressaltar que o saber que vem do outro sobre nós pode não ser o que temos a
dizer.
Neste ponto, coloco a seguinte questão: que significa ter um
saber sobre o corpo? Sobre o próprio corpo? Se o ponto de partida do conhecimento
corporal vem do outro, como podemos construir, tecer um saber que é próprio e
singular de cada um? Como se responsabilizar pelo nosso desejo, nossa presença,
nossa forma de estar no mundo?
Deixo perguntas...caso deseje, comente, dialogue...
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