Brinque com palavras, com o corpo!

Este Blog expõe reflexões de uma dançarina e psicanalista sobre a dança.

No jogo das palavras, o corpo ora se esconde, ora aparece. O corpo, veícula da vida, nos dá sustentação. É o que vai nos propiciar gozar, usufruir o que é nosso por direito.

A DANÇA MIXX é uma dança livre e em parte subversiva. Livre pois transita entre vários estilos e modalidades de dança e cultura. Subverte a ordem do clássico, do oriental, do contemporâneo. Não se encaixa em classificações. Porém, seu ponto central é o trabalho intenso corporal visando a possibilidade de vivenciar outros gozos na dança e na vida.

Vamos brincar, capacidade que algumas crianças têem. Vamos criar, mexer, torcer, girar, pular, correr, tonificar, ouvir o som que nos toca. Vamos nos emocionar!

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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Transmissões pela via do ballet clássico


Todos nós, em algum momento da vida já ouvimos falar que uma mãe quando criança não fez balé e colocou a filha para fazer. Muitas mulheres, que se tornam mães, reproduzem esse fato com suas filhas. “Eu não fiz balé, mas minha filha faz”. Ou então as mães fizeram e pararam por algum motivo e colocam a criança em uma espécie de obrigação de continuidade.

Na história do ballet clássico este discurso se reproduz comumente. É um caso clássico do ballet clássico!

Porém, algumas crianças, não todas, não desejam dançar. Recusando a possibilidade de apreender esta dança. Outras vestem a camisa, ou melhor, o collant e atuam.

Sigmund Freud, em sua genialidade aponta para a questão da complexidade da relação mãe-filha enfocando a ausência do pênis e o desejo de ter um filho como uma resposta ao enigma do desejo feminino. Por mais que Freud de certa maneira não tivesse alcançado um arcabouço teórico satisfatório para a questão da feminilidade ele nos orienta:

“A descoberta da castração da mãe acarreta, tanto para o menino quanto para a menina, uma desvalorização do personagem materno; além do mais a menina, ao tornar a mãe responsável por sua própria falta de pênis, junta a esse desprezo um ressentimento, que se traduz por desejo com relação àquele que tem o pênis. A menina é assim levada a se voltar para o pai, portador do pênis, na esperança de receber dele aquilo que sua mãe, por natureza, não lhe pode dar. Em outros termos, é na medida em que ela quer ter aquilo que falta a sua mãe que se torna uma mulher” .

Para finalizar este escrito, concluo que a dança, pode ser uma maneira de auxiliar o processo do tornar-se mulher. Lacan nos indica a questão da ausência de um significante que represente o sexo feminino propriamente dito. Ás vezes, alguns estilos de dança podem fornecer para algumas mulheres ou meninas, uma espécie de ilusão de presença de significante o que pode ser importante na construção da feminilidade.

 

 

 

 

 

 

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