Brinque com palavras, com o corpo!

Este Blog expõe reflexões de uma dançarina e psicanalista sobre a dança.

No jogo das palavras, o corpo ora se esconde, ora aparece. O corpo, veícula da vida, nos dá sustentação. É o que vai nos propiciar gozar, usufruir o que é nosso por direito.

A DANÇA MIXX é uma dança livre e em parte subversiva. Livre pois transita entre vários estilos e modalidades de dança e cultura. Subverte a ordem do clássico, do oriental, do contemporâneo. Não se encaixa em classificações. Porém, seu ponto central é o trabalho intenso corporal visando a possibilidade de vivenciar outros gozos na dança e na vida.

Vamos brincar, capacidade que algumas crianças têem. Vamos criar, mexer, torcer, girar, pular, correr, tonificar, ouvir o som que nos toca. Vamos nos emocionar!

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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Hegel, Marx e o viés psicanalítico na Dança Mixx


                                                      Dançar.
 
 

 

 Quem dança na vida? Que metáfora a dança nos proporciona?
 
 O dançar envolve diversas relações: com a música, o corpo, o espaço, o outro, com o peso do corpo...

 O contato com a música nos coloca em relação ao ritmo e consequentemente a uma matemática e simultaneamente com uma expressão que se manifesta no movimento.

 O dançar implica necessariamente um conhecimento corporal do mais básico ao simbólico. O objetivo pode ser se distrair, brincar ou expressar o que se quer, viver fantasias, ficar com o corpo mais flexível, tonificado, melhorar a relação com a imagem...

 A dança africana, necessariamente exige um contato via olhar com o outro. Dança-se só, porém é fundamental a relação com o outro, que se dá via olhar, via tato. É uma troca.

 Partindo dessas considerações, coloco algumas questões referentes ao viés psicanalítico:

1)    A possibilidade de ouvir a música, de se deixar ser acariciado por ela, pode indicar o quanto o sujeito que dança se separa dele próprio para "incorporar" sua interpretação do que ouviu. Esse fato se aproxima de uma análise na medida em que nela, o sujeito também se separa de si para poder se ver.
 
2)    Saber do corpo. Que saber se trata? Para sabermos aonde estão os ombros, até onde vão os braços, como se colocar no espaço, precisamos saber até onde vamos, o que temos e onde temos. Sabendo isso, sabemos do nosso lugar topológico. Que metafórico! Saber do corpo próprio aponta para um saber sobre a castração, conceito psicanalítico que tem por função “desalienar” ou separar o que é meu do que é do outro para saber até onde é possível avançar.

3)    Olhar o outro. Muitas vezes quando somos o outro não temos como olhá-lo. Olhar envolve separação e saber até onde vai um, até onde vai o outro. Nasce o espaço. Como cada corpo habita o espaço negativo. Olhar o outro parece óbvio. Porém, em tempos narcísicos muitas vezes o que olhamos é nós mesmos no outro.

A dança traz consigo algo metafórico, dialético, que diz respeito ás operações de alienação e separação. Nesse sentido, ela pode auxiliar um sujeito e sua singularidade, sua história, suas marcas, na simbolização primordial.

 

 

 

 

 

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