Brinque com palavras, com o corpo!

Este Blog expõe reflexões de uma dançarina e psicanalista sobre a dança.

No jogo das palavras, o corpo ora se esconde, ora aparece. O corpo, veícula da vida, nos dá sustentação. É o que vai nos propiciar gozar, usufruir o que é nosso por direito.

A DANÇA MIXX é uma dança livre e em parte subversiva. Livre pois transita entre vários estilos e modalidades de dança e cultura. Subverte a ordem do clássico, do oriental, do contemporâneo. Não se encaixa em classificações. Porém, seu ponto central é o trabalho intenso corporal visando a possibilidade de vivenciar outros gozos na dança e na vida.

Vamos brincar, capacidade que algumas crianças têem. Vamos criar, mexer, torcer, girar, pular, correr, tonificar, ouvir o som que nos toca. Vamos nos emocionar!

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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Experiência corporal com crianças de 3 a 6 anos




Como psicanalista e professora de dança, tive uma experiência com crianças de 3 a 6 anos em uma instituição escolar. Nesta faixa etária, as crianças possuem muita energia corporal. Ou seja, essa energia denominada pulsão para a psicanálise, exige da criança um destino.

Muitas crianças esperam do professor um modelo a ser copiado. Em geral as meninas. Como psicanalista, meu trabalho foi dar espaço para a criança fazer o que quiser. As crianças ficaram “livres” para se expressar. Os movimentos corporais apresentaram-se intensos e rápidos.

A imagem inconsciente de corpo que se apresentou, de uma maneira geral foi a do corpo fisiológico. Simplesmente um lugar para canalizar suas pulsões.

A problemática identificada foi a seguinte: as crianças estão deficitárias nos âmbitos: da percepção, da propriocepção, da expressão criativa e do conhecimento do próprio corpo.

A hipótese é a de que desde muito cedo as crianças devem sentar em carteiras e adquirir aprendizagens formais sem que estejam maduras para tal. A condição psíquica para apreender algo se relaciona com o corpo e a sua exploração diretamente.

Concordando com Sigmund Freud, o eu é corporal. Essas crianças estão carentes de ser, de poder ser. É somente a partir da constituição do eu que o aparelho psíquico se desenvolve.

Conclusão: a contemporaneidade provoca uma antecipação de maturidade neurológica porque os pais assim desejam, pois a escola assim trabalha e consequentemente a educação impede o desenvolvimento do eu e simultaneamente provoca um analfabetismo corporal.

E quantos adultos chegam para fazer uma simples aula de dança e entram em contato com “dificuldades” da ordem do eu, da imagem. Desistem facilmente.

Lamentável.

 


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