Apreender
uma dança é dá mesma ordem da apreensão de uma língua. Uma língua outra. Por
ser outra, somos estranhos nesta outra língua, na dança...
Há uma
gramática corporal necessária e posteriormente uma fluidez na língua. Para uma
fluência/ fluidez é necessário o estudo de uma gramática.
Logo, a aprendizagem
de uma língua outra nos serve de metáfora para o aprendizado de uma dança.
Porém, que
aprendizado é esse?
É algo que
vem do sujeito que se dispõe a estar em sala de aula. Para tal, o lugar do
professor/mestre é evocado. Trata-se de transmissão mais do que o ensino.
O sujeito
apreende e incorpora a gramática a tal ponto que fala uma outra língua.
Portanto, é
uma linguagem única. Ele pode até querer transmitir essa linguagem a outros mas
há não garantias de que sua mensagem chegue a esse outro como ele desejou.
Vai chegar
uma outra mensagem. Afinal, há um outro ser que quer dançar.
Não se trata
de uma certa relação ensino-aprendizagem mas sim de transmissão-forma de
recebimento da mensagem.
Afinal, a
interpretação é sempre daquele que transmite e daquele que interpreta!
Aprender uma
língua envolve códigos universais. Porém, o que aquele que buscou apreendeu é
singular.
O corpo e a
linguagem nos fornecem o contato com uma finitude. Não se pode dizer tudo, tão pouco
ser imortal. A linguagem é incompleta como o sujeito.
Assim, “a
corporeidade do sujeito revela o que é mais incerto na
experiência
da existência, já que mediante aquela a subjetividade indica a sua
falibilidade”.
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